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A informação, excesso e pobreza de atenção

A informação, excesso e pobreza de atenção

Como você avalia o seu desempenho profissional em sua empresa? Como você avalia o desempenho de sua empresa no mercado? Como você avalia o seu mercado no contexto geral, econômico? Imagino que todas as respostas estão ligadas ao quanto você é uma pessoa bem informada, o quanto é antenada e tem alma buscadora. Basicamente, a informação é tudo! Quanto mais sabemos, mais entendemos o que acontece ao nosso redor, maior a nossa capacidade de tomar decisões acertadas. Mas, e se você estiver consumindo a informação errada?

Entramos na era da produção massiva de informação. Atualmente, em um ano, a humanidade produz mais dados que em 100 anos de história registrada. É assustador, pois essa produção cresce em progressão geométrica. Então, fica impossível você ter acesso ou consumir tudo o que é produzido! Até aí, sem novidades. As coisas ficam esquisitas quando você se apercebe que o mundo digital lhe entrega mais do que você consegue absorver. E você passa a tentar acompanhar o ritmo: redes sociais, portais de notícias, rádio no carro, jornal, telejornal, comunicadores instantâneos, grupos de amigos, grupos de trabalho, grupos de atividades diversas, livrarias de shopping, cinema, escola, faculdade, pós.

Neste mundo, tudo tem princípio dual, duplo-antagônico: se você consome a informação, a informação consome algo de você. Ela consome a sua atenção. Expandindo o raciocínio, como alertou Herbert Alexander Simon, Nobel de Economia, a riqueza de informação cria a pobreza de atenção. É absolutamente necessário você alocar sua atenção no que é produtivo, em meio a esta superabundância de fontes de informação. Lembre-se: produção de dados não significa produção de conhecimento!

No cérebro, tudo é muito similar, todas as operações obedecem a processos bastante semelhantes. Você me assiste aqui. Seus olhos devem estar focados em uma imagem produzida em seu computador, tablet ou smartfone. Ao redor, a imagem está suavizada, e sua visão periférica pode apenas perceber o ambiente, de forma tangencial, não objetiva. O cérebro não grava o contexto periférico, só o que é útil, ou que está em foco de sua atenção. O que não está, acaba sendo descartado minutos, horas ou dias depois. Responda rápido: o que almoçou há exatos 20 dias? Viu? Fato banal, descartado. E, sim, lógico, coloco tudo isso de forma simplista, vamos dizer assim.

Com a informação idem. Tente consumir tudo, e sua atenção empobrecerá, seus registros serão enevoados. Se quiser consumir conhecimento, pare de ler dados, passe a ler resenhas, passe a assistir às críticas e análises de pessoas sabidamente inteligentes, de opiniões firmes e esclarecidas, procure pelas conclusões nos relatórios infindáveis, vá direto ao ponto.

Reduza sua imersão na mídia. Reduza seu tempo no Facebook. Controle-se, deixe de acessar e-mails, mensagens instantâneas, portais de internet, a cada 10 minutos. Estabeleça um horário restrito para tudo isso. É difícil! Você passará um bom tempo com a sensação de que está perdendo coisas incríveis, que há algo importante que está passando ao largo da sua vida, que você está deixando de se atualizar como deveria.

Balela. É só um efeito psicológico da descompressão, da desintoxicação. O efeito colateral pretendido é ótimo. Trata-se de ganhar tempo livre! Tempo livre para refletir. A reflexão leva a resultados extraordinários, como por exemplo, você passa a ser uma daquelas pessoas sabidamente inteligentes!

Por: Eduardo Amaral

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